Seu próximo celular será mais caro por causa da IA; entenda o motivo

Quem está planejando a troca do smartphone atual por um aparelho da geração que será lançada em 2026 pode ter uma surpresa desagradável na hora da compra. Há indícios na indústria de que celulares ficarão mais caros em comparação com os preços atuais em geral.

Dos modelos de entrada e mais básicos até os premium, passando pela popular categoria dos intermediários, analistas esperam um acréscimo no valor de produção desses aparelhos que deve ser parcialmente repassado ao consumidor.

Até agora, Xiaomi e Samsung confirmaram que seus próximos celulares serão mesmos mais caros, mas outras marcas devem seguir este caminho — anunciando ou não o aumento ao público. A explicação envolve vários elementos, mas se resume a duas palavras: inteligência artificial (IA).

A nova escassez de chips

Basicamente, o aumento é explicado por uma nova escassez no setor de semicondutores. Diferente da última crise na área, que envolveu uma série de motivos que incluíram mudanças de mercado na pandemia da covid-19, aqui os fatores são outros.

Segundo o site Tom’s Hardware, o principal problema é a baixa quantidade de chips de memória variados saindo das linhas de produção. Fábricas especializadas na produção desses componentes estão entregando menos unidades do que o esperado e essa baixa oferta fez o preço das peças dispararem.

A IA entra na história por ser ela a responsável por direcionar quase todos os esforços dessas fábricas hoje. Especificamente, a expansão de data centers e a exigência desses equipamentos em ter chips mais poderosos para rodar infraestruturas na nuvem é o causador do problema.

A maior margem de lucro do setor, que exige esses chips de alto desempenho que são bem diferentes das peças mais econômicas usadas em smartphones de maior custo-benefício, é preferida pelas fabricantes.

Formatos de memória como NAND e DRAM são as mais afetadas — e quem não aumentou os preços, como SanDisk com a alta de 10% em memórias NAND, chegou até a paralisar a produção delas, como o caso da Micron. Empresas de carros também já alertaram para possíveis paralisações de linhas de montagem de veículos.

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Uma das fabricantes afetadas até mudou as demandas de produção. (Imagem: Divulgação/Micron)

O resultado é um desequilíbrio no setor: as empresas de semicondutores passam a faturar mais por venderem mais chips produzidos, mas essa fabricação é de memórias e processadores de alto desempenho para servidores e dispositivos da área de IA.

Por que os modelos mais baratos serão os mais afetados?

Entre todas as categorias de celular que podem aumentar a partir de 2026, os modelos de entrada e medianos estão mais propensos ao acréscimo por uma questão de estratégia.

  • Aparelhos mais baratos têm uma margem de lucro muito específica e elevações no preço podem significar aumentos mais consideráveis — e que afastariam um consumidor que se baseava nos valores para a compra.
  • Além disso, aparelhos que antes traziam processadores mais econômicos agora tendem a receber chips mais potentes (e caros) para rodar ferramentas de IA usadas para edição de fotos e produtividade em geral.
  • No caso dos top de linha, as empresas já tendem a trabalhar com margens de lucro mais flexíveis e o próprio público tende a topar valores mais altos, caso eles signifiquem melhorias significativas nos dispositivos.
  • Algumas companhias podem escapar da alta dos preços, caso tenham se planejado antecipadamente e já estocado chips para seus aparelhos antes da alta, ou escolham absorver parte do novo gasto.

O reflexo na prática só deve mesmo ser sentido a partir de alguns lançamentos do ano que vem — e, como aponta o GadgetHacks, dificilmente será uma pequena onda e pode se transformar em uma tendência na indústria.

Como a construção de novas fábricas de chips é algo lento e caro, sendo que essas estruturas novas também devem priorizar os componentes de IA, o setor de dispositivos móveis pode levar mais tempo para se reajustar.

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Autor: TechMundo

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