As autoridades de saúde de Nova York, nos Estados Unidos, confirmaram na terça-feira (14) que uma pessoa que adoeceu em Long Island havia sido infectada pelo vírus chikungunya e aparentemente contraiu o vírus localmente. É a primeira vez que tal caso foi identificado no estado.
O anúncio veio após o laboratório de saúde pública do estado em Albany, o Centro Wadsworth, realizar testes confirmatórios, um processo que levou mais de duas semanas.
“Pedimos a todos que tomem precauções simples para proteger a si mesmos e suas famílias das picadas de mosquitos”, diz James McDonald, comissário estadual de saúde, em um comunicado.
No final de setembro, o The New York Times relatou que uma mulher de 60 anos em Hempstead, um vilarejo a cerca de 32 quilômetros a leste de Manhattan, havia feito um teste de triagem preliminar cujo resultado foi positivo para o vírus. A mulher disse em uma entrevista ao Times em setembro que não havia viajado recentemente para fora de Long Island. O anúncio de terça-feira à noite das autoridades de saúde estaduais parece se referir a ela.
O chikungunya é conhecido por causar dores articulares severas, que podem desaparecer rapidamente ou persistir por meses ou até anos, deixando algumas pessoas incapazes de trabalhar ou retomar suas vidas anteriores. Os sintomas também incluem febres, erupções cutâneas e dores musculares.
Os casos de chikungunya aumentaram em todo o mundo este ano, com a China enfrentando seu maior surto desde que os primeiros casos naquele país foram detectados em 2008.
A doença foi identificada pela primeira vez na Tanzânia no início dos anos 1950, mas se estabeleceu no Hemisfério Ocidental apenas em 2013. Desde então, espalhou-se pelo Caribe e América Central e do Sul, tornando-se endêmica em grande parte da região.
Mas os Estados Unidos foram amplamente poupados. Embora alguns milhares de residentes dos EUA tenham sido infectados com chikungunya durante viagens, houve apenas 13 casos de pessoas contraindo o vírus nos Estados Unidos na última década e meia, todos na Flórida e no Texas.
Até que o paciente de Long Island testou positivo, poucos suspeitavam que o vírus estivesse circulando em Nova York.
“Uma investigação sugere que o indivíduo provavelmente contraiu o vírus após uma picada de um mosquito infectado“, diz o Departamento de Saúde do estado. “Embora o caso seja classificado como adquirido localmente com base nas informações atuais, a fonte precisa de exposição não é conhecida.”
Especialistas especularam que o mosquito que infectou a mulher poderia ter pegado carona em um avião ou acabado na bagagem de um passageiro que retornava. O comunicado à imprensa observou outra possibilidade. Um mosquito pode ter picado um nova-iorquino que havia sido infectado no exterior, levando o mosquito a se infectar e potencialmente transmitir o vírus adiante quando pica outra pessoa.
As autoridades de saúde estão cientes de pelo menos meia dúzia de pessoas em Nova York que testaram positivo para chikungunya este ano após viajarem para países onde o vírus está circulando.
Dois tipos de mosquitos são conhecidos por transmitir efetivamente o chikungunya. Um deles, o Aedes aegypti, ou mosquito da febre amarela, não é encontrado naturalmente em Nova York. Mas o outro tipo, Aedes albopictus, comumente chamado de mosquito tigre asiático, estendeu seu alcance para partes de Nova York depois de chegar aos Estados Unidos há cerca de 40 anos.
McDonald caracteriza o risco atual de infecção como “muito baixo”, mas alertou as pessoas a evitarem picadas de mosquitos e a usarem mangas e calças compridas quando estiverem ao ar livre.