SP tem 28 casos confirmados de intoxicação por metanol – 13/10/2025 – Equilíbrio e Saúde

O estado de São Paulo tem 28 casos confirmados de intoxicação por metanol, segundo balanço da

Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo divulgado na tarde desta segunda-feira (13).

Até o momento, cinco pessoas tiveram a morte confirmada— três homens de 54, 46 e 45 anos, residentes da cidade de São Paulo, uma mulher de 30 anos, de São Bernardo do Campo (ABC paulista) e um homem de 23 anos, de Osasco, (Grande São Paulo). Três óbitos na capital paulista (33, 36 e 51 anos) foram descartados.

De acordo com a pasta, cem casos e três óbitos — um no município de São Paulo (de 50 anos) e dois em São Bernardo do Campo (49 e 58 anos)— permanecem em investigação.

No total, 246 casos foram descartados após análises clínicas e epidemiológicas, sendo 57 nesta segunda.

Em todo o país, de acordo com balanço do Ministério da Saúde divulgado no início da noite desta segunda (13), há 32 casos confirmados e 181 em investigação. Outras 320 suspeitas foram descartadas.

Além de São Paulo (28), há confirmações no Paraná (3) e no Rio Grande do Sul (1).

Os demais suspeitos estão em Pernambuco (43), Espírito Santo (9), Rio Grande do Sul (6), Rio de Janeiro (5), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (4), Goiás (3), Maranhão (2), Alagoas (2), Minas Gerais (1), Paraná (1) e Rondônia (1)

Os estados de Pernambuco (3), Mato Grosso do Sul, Minas Gerais (1) e Ceará (1) também mantêm óbitos sendo investigados.

A checagem vai desde a coleta das amostras em unidades de saúde até a análise no Latof ( Laboratório de Toxicologia Analítica Forense) da USP ( Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto, no interior paulista.

Quando um paciente chega com sintomas compatíveis com intoxicação por metanol, os profissionais coletam amostras de sangue e urina. A ingestão de 10 ml da substância pode causar lesões no nervo óptico e, em doses iguais ou superiores a 30 ml, levar a óbito.

É essencial que a coleta ocorra rapidamente, já que o metanol tem uma meia-vida curta, de cerca de 24 horas, de acordo com o professor de química da USP Bruno de Martinis.

Uma vez coletadas, as amostras são enviadas para o laboratório da USP em Ribeirão Preto, onde passam pela cromatografia em fase gasosa. A técnica separa os compostos presentes no sangue, urina ou até fragmentos de tecidos.

O método utiliza um sistema conhecido como headspace, que analisa apenas a fase de vapor da amostra. Os resultados saem em até uma hora e com alta precisão.

O procedimento é detalhado: o material precisa ser colocado em pequenos frascos de vidro lacrados, que são aquecidos e agitados dentro do equipamento. Com o calor, os compostos voláteis, como o etanol e o metanol, passam para a fase de vapor, enquanto o restante do líquido ou tecido permanece no fundo do frasco.

Em seguida, o aparelho coleta automaticamente esse vapor e o injeta no sistema de análise, sem abrir o frasco. Isso evita contaminações e perdas, garantindo confiabilidade no resultado.

De acordo com Bruno, a equipe consegue identificar o metanol em concentrações bem menores do que o necessário para caracterizar a intoxicação. O limite de segurança é de 100 miligramas por litro —a nota técnica considera 200 miligramas por litro como ponto de risco.

A presença do etanol e de outros compostos também é detectada, o que permite diferenciar uma embriaguez comum de um quadro de envenenamento químico.

Os resultados laboratoriais estão entre os critérios que permitem confirmar, descartar ou manter sob investigação os casos notificados.

O socorro em até seis horas após o início dos sintomas é fundamental para evitar o agravamento e sequelas. Os serviços públicos quanto privados de saúde estão preparados para realizar o atendimento, que pode incluir a administração do antídoto, exames laboratoriais e avaliação oftalmológica.

Autoria: FLSP

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